Este tema, da interpretação esotérica de uma das pinturas mais famosas do mundo, não é fruto de fantasias, mas de se ter reencontrado a chave básica utilizada pelo genial Sandro Botticelli – que é conhecido por este nome – para representar maravilhosamente a passagem da alma pela manifestação carnal. Um prólogo necessário a toda a referência ao fantástico movimento do Humanismo, infelizmente até hoje muito mal compreendido pelos especialistas influenciados pelo pensamento exclusivista centro-europeu, serve para nos pormos em dia com as novas correntes de interpretação histórica que estão a despontar de cara voltada para o século XXI. Para começar, esclarecemos que as divisões do passado humano suficientemente conhecido para se chamar «História» respondem, se bem que baseadas em fatos reais, ao nível das possíveis investigações e aos critérios mais ou menos gerais dos especialistas, os quais fixam, antes de tudo, uma meta pedagógica, pois história que não se ensina não é história segundo a acepção atual. Até meados do século XX, a nossa cultura ocidental dividiu o seu próprio passado recente em: Época Clássica, desde o século VI a.C. até ao século V, fazendo coincidir esta última data com a queda do Império Romano do Ocidente. Idade Média, desde…