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O Caminho Inverso

Quando lemos os textos de História destacam-se as figuras de um Alexandre, um Júlio César, um Napoleão, um Bolívar, como que sobressaindo do seu fundo, de tal maneira que somente os vemos a Eles. É óbvio que não sonharam, trabalharam e lutaram sozinhos – e isso pouco importa – mas as suas silhuetas tremendas cobrem todo o horizonte dos feitos humanos, quase sem deixar lugar a outra coisa a não ser eles próprios. Inclusive, quando são mencionados os seus colaboradores, os seus inimigos, os seus amores, as suas amizades, todos eles parecem anões e se os conhecemos é somente pelo cruzamento circunstancial com a figura do Herói. Se Xantipa não tivesse despejado em público um balde de água sobre a cabeça de Sócrates o seu nome jamais teria chegado a nós; e dela sabemos – ou importa-nos saber – pouco mais do que essa história. Mas desde o século XVIII, foi-se forjando o que o nosso genial Ortega chamou “A Rebelião das Massas”. E as figuras heroicas vão-se diluindo em cada vez mais numerosa companhia. Não se desconhecem os seus méritos, mas estes são partilhados com muitos e a tumba ao “Soldado Desconhecido” é, geralmente, nos dias que correm, mais…

Amor e Mito

Esses dias, encontrei, por acaso, o conhecido quadro “Independência ou Morte”, do pintor Pedro Américo, e, com essa mania que os filósofos têm de querer refletir sobre tudo, comecei a pensar sobre a cena. Todos sabem que havia um jogo de interesses por trás, que a cena já havia sido “encomendada” por D. João VI antes de partir, e que aquele príncipe não era lá o que se poderia chamar de um primor de moral. Mas, diante desta bela obra, todas estas coisas se desvalorizam, e nasce o mito: um príncipe, um dia, sacou de sua espada e declarou, em alto e bom tom, que os filhos desta terra (nós!) sejamos amantes da independência, ou seja, da autonomia, da capacidade de nos impormos sobre as circunstâncias adversas, e que só temamos a morte indigna. Se ele não era digno de dizê-lo, problema dele; nós somos dignos de vivê-lo, e o tornamos real, através de nossas lutas diárias, às margens de tantos “ipirangas”, e sua espada corajosa e desafiadora é símbolo de nossa disposição ante as dificuldades… e necessitamos deste símbolo. Tantas vezes, Platão fala da necessidade do mito; tantos povos o souberam e viveram, mas nós permanecemos indiferentes ante esta…

Independência ou Morte

Se existe um tema caro ao nosso tempo, é o da independência e da liberdade, cantados em AM e FM com um dos maiores, senão o maior objetivo da vida. À parte a consideração de que ter um valor como sentido de vida já é algo de raro e louvável, não posso deixar de me perguntar, porém, do que é, de fato, que as pessoas querem tanto se libertar. O filósofo Platão costumava falar que quem fala muito de comida, deve estar faminto… e quem fala tanto de liberdade? Claro que surgirão as sempre pertinentes colocações da lista interminável de tiranos que submeteram e submetem a humanidade, em todos os tempos, e que provocam com justiça nossa indignação: de caráter político, religioso e etc. etc. Mas, se me permite a “liberdade”, vamos ser objetivos? O que submete você, agora, aqui, neste momento? Trocando em miúdos, o que te impede, de fato, agora, de ser alquilo que gostaria de ser, ou seja, de realizar seus sonhos? Para não dizer que faço perguntas constrangedoras e que não obedece ao clássico preceito do ensinamento mediante o exemplo, vou tomar a iniciativa e vou te dizer quais foram os principais “tiranos” com os quais…

Um pouco de cortesia, por favor!

Começamos por esclarecer que o verdadeiro sentido etimológico e ideológico da palavra “Cortesia” advém das antigas “Cortes”, lugares habitualmente frequentados pelos filósofos, artistas, literatos, políticos, economistas, juízes, médicos e, em geral, todos os profissionais e pessoas distintas a quem correspondia tomar as considerações e decisões de um Estado ou Reino, numa – segundo Platão – congregação, em que através dos seus talentos, saberes e habilidades, prestavam um serviço público à sociedade; os que estavam dedicados ao Estado, palavra que em latim se transformou na res publica (da causa pública), de onde provém a palavra “República”. Em todas as antigas culturas e civilizações que conhecemos, mesmo que parcialmente, existia uma forma “cortês” de relações entre pessoas. Na denominada Idade Média do Ocidente, o cortês desenvolveu-se num círculo mais fechado de comunicação entre Damas e Cavaleiros e destes entre si, desde a formação como pajens até à culminação como cavaleiros. Infelizmente, com o passar do tempo, muitas dessas úteis e saudáveis tradições caíram em desuso e até na degeneração, promovendo costumes falsos e mentirosos. Esta última imagem é a que nos conduziu ao nível de comunicação massiva. E hoje, entre os medianamente jovens, os que sofreram as deformações do pós-guerra, a cortesia…

A Filosofia: o Filósofo

Neste campo não pretendemos ser originais, senão simplesmente novos; enquanto o original busca divergir do conhecido, o novo dá vida, uma e outra vez aos mesmos valores essenciais. Por isso, a Nova Acrópole define a FILOSOFIA como sempre se fez, como “Amor à Sabedoria”, como uma necessidade impostergável de alcançar aquilo que nos falta, como a busca de um conhecimento profundo que satisfaça realmente as mais agudas inquietações humanas. Novamente afastados da originalidade, seguimos Platão para explicar as características dessa Sabedoria que constituiu a essência da Filosofia. Esta Sabedoria é uma totalidade, uma cúspide que se alcança através de um conhecimento inteligentemente dirigido e que vai desde o extremo da ignorância até à plenitude do saber. O conhecimento avança paulatinamente e não deve deter-se no penoso meio-termo da opinião que, acreditando saber, expõe arbitrariamente como verdades as que não passam de serem apreciações incompletas. O FILÓSOFO não é um sábio, não possui ainda o tesouro da Sabedoria, mas pelo contrário só a procura, vai atrás dela incansavelmente. Não se conforma com o diverso campo das opiniões intelectuais, à medida que vai conhecendo, vai-se transformando; o seu conhecimento ao chegar ao fundo das coisas converte-se num estilo de vida. Vive uma…

Por que Filosofia?

A cada dia mais temos sido bombardeados por notícias de crimes terríveis praticados por pessoas consideradas pela maioria de nós como normais. São pessoas que tiveram excelente formação escolar, que conquistaram projeção social, e que tiveram acesso a tudo que nossa sociedade propõe como as metas válidas para uma vida bem sucedida. No entanto, não aprenderam sobre o que mais importa! Isso deve nos obrigar a refletir sobre os rumos de nossa sociedade. O que desejamos? O que buscamos? Quais são nossas propostas? E quanto à educação que recebemos e que damos aos nossos filhos, é a mais válida? É a que nos levará a um mundo melhor e mais justo? Estas são perguntas que deveriam nos preocupar e nos deixar perplexos, pois talvez, em suas respostas, esteja a causa de todos os nossos problemas. São essas as questões que permeiam o universo filosófico. Questões como: “Quem sou, de onde vim e para onde vou?” foram e ainda são o centro em torno do qual giraram muitos diálogos e obras de grandes pensadores da história. E hoje, mais do que nunca, sentimos sua necessidade, neste momento em que a humanidade inteira enfrenta graves riscos tanto por problemas climáticos ou convulsões…

Prudência

Domina a fúria que impulsionaa insensatez no tom de tua voz.Refreia o ímpeto e a inconsciênciada expressão dura, do olhar atroz. Tempera a voz em tua voz interna,banhada em águas do coração.Deixa que surja, purificada,melodiosa como canção. Lembra do Mestre, em tempo remoto,coração reto qual labareda,que, com leveza, tocava o solo,andando sobre um papel de seda. Não deixa marca que fragmente,ou que divida, qual alameda.Cultiva o prado de teu caminhopisando leve o papel de seda. Não busque o solo que te sustente,a base falsa que arremedauma verdade que não existe,que dilacera o papel de seda. Preso ao celeste, vê que flutuas,livre do peso, pelo espaço.Passos de seda, mostram que a tuaé uma vontade forjada em aço. Prof. Lúcia Helena Galvão. Esse poema foi musicado e interpretado pela estrela Zizi Possi, com melodia composta pelo talentoso Keco Brandão.

Ser Jovem

“Juventude, divino tesouro, vais-te embora para não voltar.Quando quero chorar não choro e às vezes choro sem querer.” Rubén Darío Desta vez não nos vamos referir à juventude da alma… à misteriosa “Afrodite de Ouro”, a essa bondosa Mãe que nos faz ver a parte bela e boa da Natureza e da Alma. Mas sim à vulgarmente chamada “juventude”, à qual elevamos um trono entre os afortunados. Pois, mais além de toda a reflexão esotérica e conhecimento oculto sobre as reencarnações, é indiscutivelmente a Primavera da vida, com as suas tempestades e chuvas de granizo, mas Primavera finalmente, pletórica de força, vitalidade, cores e demais encantos. O famoso poeta de língua espanhola que citámos no princípio, soube recolher em versos muito simples o sentimento coletivo da maioria das pessoas; ele era, sem dúvida, um amado das Musas. Dirijo-me, então, àqueles que ainda não cumpriram os trinta anos físicos. Sei que esta idade como topo da juventude é arbitrária, mas parece-me a idade mais ajustada, como termo médio a nível mundial.Em muitos casos, desgraçadamente, o jovem desperdiça essa “Primavera” da sua vida; escapam-se as rédeas das suas mãos e o seu corpo e os seus sentidos descontrolam-se até caírem em caminhos…

Votos

Aqui me posto ante teu berço de homem-lótus, recém-desperto. Faço meus votos por teu destino, vôo de águia a céu aberto. Que haja saga, que vibre o sangue, e que teus sonhos apenas somem não aos prazeres que o homem prova, mas às virtudes que provam o Homem. Que a vida vaga, vã e inerte em puro ardor seja convertida, por tudo aquilo que a Vida verte, e não àquilo que inverte a vida. Que pises forte, que tenhas fibra, e que teus frutos sejam entregues jamais às sombras que cegam a alma, mas sempre às luzes que a Alma segue. Faz a oferta de teu esforço toda vitória e a vida em si, pois toda a obra que de ti nasce é dos que nascem através de ti. Se o tempo esgota e pouco te sobra, e, por apego, temas, resistas, liberta a obra, qual nobre artista… Vê que és o artista e a própria obra. Prof. Lúcia Helena Galvão. Esse poema foi musicado por Keco Brandão e Flávia Wenceslau.

Dica de Filme: Sociedade dos Poetas Mortos

Este Filme marcou, praticamente, uma geração de jovens e ainda continua a exercer uma poderosa influência em relação à educação para que esta seja, antes de mais, um despertar e guia da alma na vida. Um fazer nascer e desenvolver os valores inatos na aula de cada um para enfrentar com autenticidade e coragem a adversidade e as vicissitudes da existência.Tal como ensinava Confúcio, a literatura e a poesia servem de instrumentos para despertar a verdadeira natureza, a alma adormecida.Foi realizado em 1989 por Peter Weir, que nos deixou joias filosóficas como “O Show de Truman”. O Professor carismático que é capaz de mudar a vida dos discípulos com a ajuda da poesia e do exemplo moral é representado pelo genial Robin Williams. Aqueles que viram este filme nunca se esquecerão do carpe diem (literalmente “apanha o dia), máxima de vida horaciana que nos recorda que não devemos perder as oportunidades da alma devido ao medo à vida ou simplesmente por comodidade, há que apanhar o momento, abraçar esse Kairós que renova a nossa juventude interior , conquistar o presente que foge obrigando-o a entregar-nos os seus tesouros.Tão pouco esqueceremos os versos de Whalt Whitman que os alunos dedicam ao…