fbpx

A amizade

“Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração…” Coisa boa é lembrar a voz cheia e melodiosa de Milton Nascimento cantando. E nós caprichamos na afinação, pois o verso é bonito e inspira. Mas lá vêm os filósofos com questionamentos complicados: O que é guardar alguém no coração? Esse músculo que trazemos no peito não guarda nada, nem o sangue: bombeia para todos os lados. Será o coraçãozinho vermelho do papel de bombom? Este significa o quê? Acho que uma emoção agradável, assim como a que tiramos do chocolate, só que vinda de uma pessoa.Será que uma amizade é isso? Papo agradável, bom de bola, ouve boas músicas… Mas se não tenho o “amigo” à mão… Vou ao cinema, que me proporciona mais ou menos a mesma coisa: distração e fuga da solidão, ou seja, saciedade das minhas necessidades… É este o coração que o Milton recomenda guardar tão bem? Este, caso se perca, encontra-se de novo na bomboniere mais próxima, em geral, a preços módicos.Talvez seja mais fácil começar do amigo, para, depois, achar o coração. O que me diz esta palavra? Quando lembro de amigo, lembro de alguém que sempre dá o que…

A contaminação, os contaminantes e os contaminados

A natureza é um Macróbios [1] admiravelmente pensado e calculado para que as interações de seus componentes mantenham um equilíbrio, uma ecológica harmonia, onde possam conviver todos os seus elementos, em suas diferentes características de vivência e sobrevivência ativa, em todas as suas dimensões.Durante milhões de anos se mantiveram (reguladas por misteriosos mecanismos simbióticos) a pureza das águas, do ar, a natureza das pedras, as proporções de cor e radiação.Correções periódicas como as glaciações, os afundamentos, o movimento das placas continentais, a oscilação dos polos, mantiveram possibilidades aceitáveis de vida e evolução, assim como de aperfeiçoamento seletivo.Porém, o ser humano, no último século, entregue a uma alienação transformista, ébrio de produção e de consumo, obsecado por um pseudo conforto material, modificou pouco a pouco as condições, perdendo assim o equilíbrio. A acumulação dos subprodutos de uma atividade irracional, onde o movimento já não é um meio para chegar a alguma parte, senão um meio em si, apodrecidas as águas, cortados os bosques, envenenam o ar. Se o dito de que “a atividade é a lei da infância” é correto, jamais o homem foi tão infantil como agora.O sinal de alarme foi dado pelos cientistas há meio século, mas já entrou…