“A Flauta Mágica” de Mozart é um dos mais maravilhosos testamentos musicais que nos foram legados por um filósofo-músico. Mozart não foi apenas músico, foi também um filósofo no mais profundo sentido da palavra. Procurou criar uma ponte entre o humano e o divino através do amor, tal como está evidenciado não apenas na “Flauta Mágica”, mas também em toda a sua obra. Sendo essencialmente apolíneo na sua expressão artística, na qual a medida do belo sublima o passional, Mozart conheceu o rapto dionisíaco que eleva a consciência a um mundo superior. Na “Flauta Mágica”, o apolíneo, a iluminação do divino e o dionisíaco, a transmutação do humano, vão de mãos dadas.