Segundo a tradição, os antecessores dos faraós foram os “espíritos semidivinos”. Os faraós dinásticos e pré-dinásticos eram concebidos como ligações de uma grande cadeia de governantes divinos. Antes das dinastias humanas, houve dinastias divinas. Na religião ou mitologia egípcia, vemos que muitos deuses foram governantes do Egito. O deus Re, pelo que nos reserva dizer, reinou sobre os deuses e homens. Sucedeu-o Shu, que, cansado de reinar, deixou o poder a seu filho Geb e buscou refúgio no céu. Seu reinado foi pouco tranqüilo. O filho de Geb foi Osíris que, quando seu pai se retirou para o céu, o substituiu; e, na qualidade de rainha, sua irmã Isis. Conta-nos que, na história sagrada do Egito, Osíris teve como principal preocupação abolir a antropofagia e comunicar a seus súditos a técnica necessária para fabricar ferramentas agrícolas e a elaboração de trigo e videira, para obter produtos como o pão, o vinho e a cerveja. Fundou o culto às divindades, construiu os primeiros templos, esculpiu as primeiras estátuas, regulamentou as cerimônias e inventou inclusive – nos conta F. Guirand (3) – as duas classes de flautas que deviam servir para acompanhar o canto nas festas e solenidades. Após, edificou cidades e…