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Preguiça….Eu?

Em geral, definimos preguiça como lentidão e demora em realizar as coisas.

Atraso: Deixar tudo o que se está a fazer para realizar-se mais tarde.

Lentidão: Demora exagerada para fazer algo que deve ser feito de imediato.

É fácil imaginar a preguiça relacionada: com os nossos movimentos do nosso corpo, com a frouxidão com que se enfrentam as ações, com o tempo excessivo utilizado num alvo que, pela mesma razão, é cada vez mais demorado.

Mas a preguiça plasma-se em outros planos da personalidade. Não afeta tanto que chegue a paralisar os sentimentos e os pensamentos. Mas só se sente e pensa-se naquilo que é confortável e agradável, aquilo que não requer esforço e constância.

O conforto psicológico é o elemento determinante desta forma de preguiça: evitar qualquer confrontação.

O que faz o preguiçoso? Sabe que tem várias situações emocionais que tem de definir ou resolver, mas não quer vê-las. Considera que o tempo irá apagar as nuvens da sua paisagem emocional e, mais tarde, vai ficará resolvido. Quando não se tem escolha, ao lidar com essas situações, facilmente fica irritado, agride aqueles que se atrevem a mostrar-lhe o que não quer aceitar, e faz da ira uma fórmula paliativa para a sua falta de determinação.

Aos olhos dos outros, pode parecer-se uma pessoa gentil, mas a sua paz de espírito é o resultado da incapacidade de lidar com os problemas naturais da vida. O preguiçoso faz do conforto um estilo de vida.

Mas no seu mais profundo ser, sabe quase que vive no meio de uma bolha que pode rebentar em qualquer circunstância, em qualquer momento.

Pode admirar os ideais espirituais, éticos ou estéticos, gosta deles, mas é incapaz de aplicar qualquer um deles na sua própria existência, porque teria de mudar a sua estúpida tranquilidade. Teria que introduzir alterações, lidar com as dificuldades. Como isso requer muito esforço, deita-se novamente no conforto de continuar a ser como é, apoiar-se no argumento de que é impossível, para ele, mudar.

O preguiçoso tem, no entanto, um medo oculto que não ousa confessar: receia o tempo e as muitas coisas que nunca realizará. Neste caso, culpa o destino da sua má sorte, da sua falta de oportunidades. E prefere chorar e sentir-se perseguido pela desgraça, ao invés de mover um único músculo físico ou psicológico para alterar esta situação.

Contra a preguiça: atenção. Contra a demora: dar valor a cada minuto.

Autor: Delia Steinberg Guzmán, presidente honorária de Nova Acrópole.